Noticias das Maldivas (10)
Último mergulho. Só podia ser a apoteose!

Mas os Tubarões não era espectáculo suficiente para último mergulho da viagem. Tiveram de vir as Raias Águia.
Mais uma vez passei-me com a câmara pois no platô, enquanto estávamos envolvidos por mais de 15 Tubarões Ponta Branca, fiquei com o zoom preso cerca dos 100-120 mm e não consegui fazer recuar para wide angle. Nas minhas fotos o máximo que consigo contar são 6 Tubarões na mesma foto!... Fiquei fulo da vida.
Como se não bastasse, cortei-me quando estava a arrastar-me pelo platô.
E o mais estranho for ser na mão direita, que supostamente não larga a máquina fotográfica. Era o único que ainda não se tinha cortado. Aliás tinha-me gabado disso junto dos meus companheiros, que por esta altura já todos apresentavam mazelas e recorriam a luvas.
A determinada altura fico exausto. É que com o limite de Deco a 0 minutos começamos a subir lentamente, mas a remar contra a corrente para prolongar o espectáculo a que assistíamos da primeira fila. Dos 4 fantásticos eu sou o que estava mais a norte, mas tanto a mim como aos meus companheiros começam a faltar as forças.
Fazemos sinal uns aos outros para não lutarmos mais. Começamos a nadar apenas em direcção à encosta oposta do canal, sofrendo deriva da corrente, atingindo a parede oposta já dentro do canal.
Abrigo-me numa caverna. A Graça, a Fató e o Pedro juntam-se a mim. Recuperamos o fôlego por uns segundos e começamos a avançar abrigados pelas cavernas sucessivas. Vemos o resto do grupo a ir passando a grande velocidade. Temos encontros imediatos com dois
Meros de porte muito considerável, assim como com umas suas primas Garoupas, um Triggerfish Palhaço e mais umas atiradiças Sweet Lips (estas não me largaram nem ao Pedro Nunes... são umas atiradiças!).
São horas de ir curtir mais um Drift. E lá arrancamos nós. O Pedro Nunes faz-me sinal que estava a fazer filme. Aproveito para fazer uma demonstração "live" do domínio e manobras que passamos a semana a praticar. Estou em plena demonstração artística quando a Graça me faz sinal de Tartaruga à nossa direita. Travo de repente e pico 1 metro para passar por baixo das meninas e lá parto eu em direcção à Tartaruga. Tenho de nadar uns bons 20 metros contra a corrente forte que se fazia sentir. Chego finalmente junto da Tartaruga mas esta não me deu hipótese de tirar mais do que 2 ou 3 fotos. Que mania absurda que estes animais tem de se por a nadar contra a corrente!
Ouço os meus 3 companheiros a chamar. Viro-me e já não os vejo. Bem, só podem ter ido no sentido da corrente. Começo a dar à barbatana vejo uma lanterna a acender e apagar. Só podem ser eles. Dou gás. A corrente é de arrancar pedras do chão, está a meu favor e eu ainda por cima dou às barbatanas com todo o power. A velocidade atingida é simplesmente alucinante. É a loucura total.Soube posteriormente que o Pedro Nunes e a Fató quando me viram picar e começar a pedalar para a tartaruga ainda se conseguiram parar e agarram a uma pedra próxima. No entanto passa a Graça ao largo, não se conseguir agarrar, e os olhos já estão prestes a saltar da máscara, pelo que o Pedro chama a Fató e decidem acompanhar a Graça.
Lá me junto a eles, tem a Graça já a bóia de sinalização lançada e fazem o patamar de segurança. Olhamos para cima e reparamos nas gotas da chuva que se fazem notar na superfície. São as Maldivas a chorarem por saber que é o nosso último mergulho da viagem... Por onde passamos, deixamos marcas!...
PS - Obrigado ao nosso companheiro de viagem Austriaco Tim quer pela companhia, quer pela fantástica foto das Raias Águia.
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